Fingindo estar em um filme mudo.
Seus lábios nem sempre se movimentam,
Todavia, dizem tudo.
Parece estar sempre triste,
Com um semblante sisudo,
Amargo e deprimente,
Mas mesmo assim,
Arranca sorrisos do descontente.
O mímico fala com a alma,
Expondo-a através de gestos.
São tão claros quanto a um poema,
Que brilha sobre os versos.
É um palhaço mórbido,
Que se pinta de branco,
Porém, está de luto,
Espantanto os desencantos.
A criança, quando o vê, acha graça.
O adulto considera-o arte.
E ele?
O mímico continua ali,
E, aparentemente afastado da sociedade,
Mostra que por trás da mímica só existe a verdade.
(Davi Mello)
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